quinta-feira, 9 de julho de 2009

Para viajar no tempo: Lamento de Israel - Sergio Lopes

Esta é uma das músicas mais belas que já ouvi. Tem uma melodia mágica, que toca na alma e a letra atinge cada um de nós, que de alguma forma, em algum lugar, já viveu um "lamento de Israel".
A primeira vez que ouvi esta música, foi em Campina Grande, PB, na época que eu cursava Jornalismo, pouco depois da partida de meu pai.

Anna Jailma.

Espelho meu, quem sou eu?




Sou muito mais terra firme, árida do sertão, do que o alto-mar, num cruzeiro de navio.
Sou muito mais a segurança do balanço na rede, que a viagem de avião nas alturas.
Sou barco de velas içadas e tenho aversão a loucas marés.
Gosto dos pés no chão, de enxergar montanhas contemplando da terra, de mergulhar em águas calmas, de perder o folêgo com beijo e não com medo.
Aventuras, prefiro as literárias. Gargalhadas, as de alegria e não de sarcasmo.
O mar, em calmaria. O sol, brando.
Sou mais brisa que ventania. Sou mais peixe que carne.
E antes que você pense que sou um anjo de candura, vou logo avisando que posso ser borboleta ou onça, dependendo de como sou observada.
Meu signo é leão, tenho lua em Peixes, mas meu ascendente é capricórnio.
Eis o enigma da esfinge.
Anna Jailma

Sem venetas...


Ando sem venetas, deixando o tempo correr, com ocupações tomando conta, sufocando as emoções... Nós seres humanos temos esta tendência a se apegar as obrigações diárias.
E Jorge Luís Borges ainda vem me dizer que se pudesse viver novamente andaria descalço na primavera...



Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria...

Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um para-quedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono...Daria mais voltas na minha rua.

Contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.


[Jorge Luiz Borges - argentino]
Anna Jailma